O envelhecimento traz mudanças que vão aparecendo gradativamente e podem provocar algumas dificuldades funcionais. As modificações na mastigação, deglutição e na qualidade da voz são alguns exemplos, cujas queixas nem sempre são vistas como relevantes.

A perda de dentes, mesmo que seguida por reabilitação, pode ocasionar alterações e dificuldades de mastigação. A diminuição da produção da saliva pode acarretar mudanças na mastigação, deglutição e na fala. Os músculos envolvidos nesses aspectos podem perder sua agilidade, tornando-se flácidos e com mobilidade reduzida levando a engasgos frequentes. Sendo assim, a proteção das vias respiratórias pode ficar prejudicada no momento da deglutição.

A modificação da voz no processo de envelhecimento depende de cada indivíduo, de sua saúde física e psicológica e de sua história de vida, além de fatores raciais, alimentares, hereditários, sociais e ambientais. Geralmente as alterações vocais são mais precoces nas mulheres e coincidem com as mudanças hormonais ocorridas na menopausa. Já nos homens essas mudanças parecem mais acentuadas, pois podem ficar com as vozes mais agudas e mais instáveis.

O envelhecimento provoca alterações nas estruturas que produzem a voz resultando em modificações no seu padrão de vibração. Estas modificações alteram a produção da voz que pode parecer fraca, soprosa, rouca e/ou trêmula, e em alguns casos desprovida de melodia.

O trabalho de reabilitação vocal, desenvolvido pelo fonoaudiólogo, tem como objetivo a estabilidade da voz visando melhora da eficiência respiratória, aumento da potência, de projeção vocal e estímulo ao uso de melodia.

Essas modificações, decorrentes do efeito do envelhecimento normal, podem associar-se, interferindo em todas as funções orofaciais.

O tratamento fonoaudiológico nesses casos busca fortalecer a musculatura comprometida e orientar os processos de mastigação, de deglutição, fala e produção da voz, com a finalidade de propiciar uma forma saudável de envelhecer.